A HISTÓRIA
Desconhece-se ao certo a origem do nome desta localidade mas é natural que derive do fato de o lugar ter sido um local de pastagem (bouça) situado numa depressão do terreno (cova). Efetivamente o sitio onde se encontra implantada a aldeia é rico em água o que daria boas pastagens e tem a forma concava.
Fazendo parte do vale do Coa através dos seus afluentes, a região foi ocupada pelo homem pelo menos desde há 20.000 anos – Paleolitico Superior - como comprovam as gravuras rupestres existentes no vale daquele rio.
Da época romana há alguns vestigos, nomeadamente os associados ás atividades agricolas como se pode verificar pelas lagariças romanas escavadas na rocha, localizadas na margem esquerda da barragem de Bouça Cova, e tambem pelas sepulturas antropomorficas em granito existentes em diversos locais da povoação.
É muito provável que no inicio da nacionalidade portuguesa -1143-já houvesse algum tipo de construção onde hoje se situa a aldeia. Próximo já haveria Alverca, do tempo dos árabes, Sec IX e X, uma vez que este nome deriva do árabe al-birka - terreno alagadiço.
Estando esta região no inicio da nacionalidade junto da fronteira com o Reino de Leão, que era delineada ao longo do vale do rio Coa, sofreu várias incursões por parte de tropas daquele reino sempre combatidas pelos portugueses. Esta situação manteve-se até ao reinado de D Dinis quando foi celebrado a tratado de Alcanizes - 1297 - que definiu as fronteiras do nosso país tal qual as de hoje com exceção da área de Olivença.
Dada a sua equidistancia relativamente a Trancoso, Celorico da Beira e Pinhel, Bouça Cova esteve administrativamente incorporada em épocas diferentes em cada um destes concelhos, exceptuando umas dezenas de anos no período do liberalismo que fez parte do concelho de Alverca da Beira até 1853. Há várias décadas que pertence ao concelho de Pinhel.
Período dificil da vida dos habitantes desta localidade foram os anos associados ás invasões Francesas entre 1808 e 1811, tendo sido feitas nesta área várias incursões nomeadamente pelo General Loison o tristemente célebre maneta. Pelos caminhos da aldeia passaram as tropas angloportuguesas de Wellington e as de Massena quando da terceira invasão que se dirigiram desde Almeida ao Bussaco passando por Freixedas, Alverca da Beira e Celorico da Beira. A memória desse tempo está perpetuada numa colina sobranceira á povoação onde predomina o barroco do In Pax . Reza a tradição que esta designação resulta de os franceses terem fuzilado junto ao barroco vários habitantes em represália pelas muitas emboscadas que estes faziam ás colunas inimigas no seu deslocamento. Alguns dos atacantes refugiavam-se numa gruta situada no lugar denominado por Castelo
Fator importante do seu desenvolvimento terá sido a contrução da linha da Beira Alta e a localização da estação de Pinhel na área desta freguesia . Refira-se que a existencia de duas ligações diárias á sede do concelho com extensão a Figueira de Castelo Rodrigo, conferia acentuado movimento á estação nomeadamente nas ligações a Lisboa, Coimbra e Guarda.
Conheceu franco desenvolvimento populacional até ás décadas de 50 e 60 do Seculo XX, altura em que a emigração, nomeadamente para a Europa, reduziu drasticamente os habitantes. Curiosamente após aquelas décadas, foi inaugurada a energia elétrica em 1970, e fruto das alterações politicas e sociais proporcionadas pela revolução do 25 de Abril, e pela adesão ás Comunidades Europeias a aldeia foi dotada de várias infraestruturas, nomeadamente na rede viária, abastecimento de água e saneamento. Em contrapartida atendendo á diminuição da população deixou de ter escola primária e muito recentemente (2013) deixou de ser freguesia independente, fazendo presentemeente parte da resultante da associação das povoações da Alverca da Beira e Bouça Cova.
De reaçar já nos primeiros anos do Século XXI, a construção da barragem que vem possibilitar o abastecimento de água a diversas povoações e a rega dos campos a juzante não só em Bouça Cova mas tambem em Vila Franca Das Naves, Moimentinha e Cerejo e ainda o Centro de Dia que presta apoio não só a habitantes da aldeia mas tambem aos de povoações vizinhas.
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